terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Fim do Seminário sobre a Vida Consagrada não, o começo

by on 08:12
A Vida Religiosa Consagrada, reunida em Indaiatuba (SP) no Centro de Espiritualidade Inaciana – Itaici em Indaiatuba (SP), conclui nesta manhã (27) o Seminário de Vida Religiosa: a loucura que Deus escolheu para confundir o mundo (Cf. 1Cor, 1,27), termina nesta manhã (27), promovido pela Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB).

Finalizando o debate proposto pelo Seminário Padre Carlos Palácio, vice-presidente da CRB Nacional e Irmã Annette Havenne, psicóloga, retomaram o tema abordado durante o evento e analisaram as ressonâncias dos trabalhos em grupo. A diversidade e a riqueza das abordagens foram considerados elementos positivos.

Entretanto, gerou um questionamento sobre até que ponto o tema foi internalizado e o quanto ficou claro o que significa essa loucura de Jesus Cristo que confunde o mundo. “Nada além do necessário”, foi a expressão usada por Irmã Annette para definir o verdadeiro intuito da leveza institucional. Para padre Palácio é fundamental entender a missão na Vida Consagrada Religiosa como um permanente colocar-se a serviço dos outros. “Missão é vida e o viver qualifica a missão”, enfatizou.

Irmã Marian Ambrosio, presidente da CRB-Nacional, fala das alegrias e esperanças nascidas partir do Seminário. “Um profundo desejo de tomar nas mãos e coração a própria vocação no seu núcleo mais central. Profunda gratidão de ter sentado junto, abraçado a mesma causa, cantado os mesmos cantos, rezado as mesmas orações. Fica uma esperança, um sinal luminoso de um futuro mais autêntico, muito mais testemunhal e feliz para a Vida Religiosa do Brasil”, expressou Marian Ambrósio.

Geraldo Kolling, padre jesuíta e membro da diretória da CRB Nacional, fala de pontos significativos no decorrer do evento. “Houve uma reação favorável à temática, o clima de participação fraterna significa que há uma busca conjunta de pistas horizontes e soluções para problemáticas comuns, e as sugestões nos auxiliarão na preparação para a Assembleia Geral Eletiva de 2013,” pondera padre Geraldo.

“O Seminário superou minhas expectativas devido sua reflexão profunda, existencial e projetada para o futuro. Então a Vida Religiosa se encontrou, mas se encontrou num momento de encruzilhada, momento de crise, que estamos vivendo e, nesse momento de crise ela soube olhar para si mesma e ouvir a voz do Espírito que clama e geme por uma Vida Religiosa mais leve, mais profética, mais mística e é isso que estamos buscando”, ressalta Vera Bombonato, irmã paulina, teóloga e assessora da equipe de reflexão teológica da CRB-Nacional.

Dom Jaime Spengler, bispo membro da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada e referencial para a Vida Religiosa Consagrada faz um apanhado geral do Seminário. “Um evento como este dá um retrato da Vida Religiosa Consagrada no Brasil. Ao olhar para este auditório, vemos tantos rostos, tantas diferenças, isso diz de uma riqueza. Outra dimensão é sobre esse encontro, ele tinha uma característica de Seminário, não podemos perder isso de vista. O Seminário é um espaço de diálogo, um espaço de estudo e debate, onde não tem quem sabe mais, quem sabe menos, mas todos estão, por assim dizer, empenhados em torno de uma questão comum. A proposta cumpriu seu objetivo. Por outro lado, fica um gostinho de quero mais, no sentido de que o envolvimento, as questões que a assembleia poderia trazer e colocar em comum, diante da complexidade que vemos hoje no mundo a da própria Vida Religiosa. Creio que isso tenha deixado a desejar, talvez, por muitas vezes não ser muito claro em que consiste um encontro como esse com característica de Seminário.

Em nome da Comissão para os Ministérios Ordenados e Vida Consagrada que é para, não é dos, nossa presença é uma presença de incentivo, de apoio de um estar juntos de ouvir as alegrias, os anseios as preocupações e talvez de juntos tentar encontrar algumas indicações, algumas sendas que possam ser de auxilio”. Dom Jaime Spengler.

Para a Provincial, Geni Esteves, da Congregação das Irmãs de José Chambeerry, província de Curtiba (PR) o evento trouxe luzes para a Vida Religiosa Consagrada, “Este Seminário foi um despertar da nossa vida, da necessidade de revermos nossas estruturas de congregações, de olharmos com mais clareza a questão da formação e aproveitarmos deste momento para intensificar uma gestão ampliada,” ressaltou irmã Geni.

O jovem Wesley Adenilton Ribeiro, irmão marista e membro da diretoria da CRB-Regional Vitória (ES), comenta sua impressões do Seminário “É o primeiro Seminário que participo, deste tipo. É um espaço formativo, além das partilhas, das experiências os animadores e animadoras, as superioras e superiores gerais tentam buscar soluções que são desafios comuns da Vida Religiosa Consagrada. Um assunto muito debatido e falado foi a leveza institucional. De fato, temos estruturas grandes e todos querem saber como diminuir esse peso buscar maior leveza inclusive nas relações. O Seminário deu pistas e linhas de ações para os âmbitos da Vida Religiosa, a partir da troca de experiências”, ressaltou irmão Wesley.

Foram dias intensos de palestras, debates, atividades em grupo, oficinas que buscou pistas e linhas de ações para a Vida Religiosa Consagrada no contexto atual e com olhar para o futuro, o Seminário continua na vida dos participantes que levam as discussões e pistas de ação para os locais onde atuam, espalhados em todo o Brasil.










segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Seminário da CRB debate sobre o sagrado e o profano

by on 08:18

O Seminário Nacional sobre a Vida Religiosa iniciou suas atividades no domingo, 26, com a Celebração Eucarística que levou os participantes a olhar para a Missão na perspectiva da inculturação. Logo após, os trabalhos foram iniciados tendo como assessora a Irmã Bárbara Bucker, mc, da Equipe Teológica da CRB e professora de Ética Cristã, PUC- RJ.

A sua exposição retomou os temas dos dias anteriores ressaltando alguns aspectos como o possível descompasso entre a teologia e a vida, o modo de pensar Deus e a vida do povo; o fato de não estar só, mas em fraternidade e a exige uma aprendizagem constante.

Destacou, ainda, a importância de pedir a Deus um “coração pensante”, capaz de captar o seu o mistério, um coração atuante, apostólico, decidido. Tudo isso para qualificar o Ser e unificar a missão da Igreja fruto de um coração pensante, atuante e enamorado.

Ao abordar o tema do dia “Testemunhas de tempos novos”, Ir. Bárbara falou sobre a denúncia. Esta mostra o que não deve existir, que é contrário ao desígnio de Deus, que é não comunhão com Ele. Deus quer a vida de todos em abundância e isso implica o investimento da energia, do tempo e da disposição de cada pessoa.

O mundo criado por Deus e co-criado por seus filhos e filhas exige a vocação de ser pão e alimento. Isso pode diminuir as distâncias criadas pelos humanos e acentuar o esforço de comunhão para construir o santuário do “nós”. O filho de Deus na encarnação traz essa mensagem.

A assessora interpelou os participantes com os seguintes questionamentos: “Estamos tão seguros/as de que a secularização tem somente sentido negativo de um mal a ser evitado? Há na secularização, aspectos importantes para a Igreja e a vida religiosa?” Em seguida, propôs uma interpretação do “secular” que está, segundo seu modo de perceber, mais de acordo com a revelação bíblica, e que permite descobrir o sentido positivo da secularização, essencial para o futuro da vida religiosa.

Irmã Bárbara enfatizou que Jesus não foi um sacerdote no estilo do Antigo Testamento, mas foi um leigo com uma profissão conhecida em Nazaré. Um “Mestre” que convoca discípulos não para estudar a Lei, mas para anunciar o Reino de Deus como um dom que se oferece quando se ama o próximo.

O próximo, nesse caso são especialmente os marginalizados, excluídos, doentes, necessitados de perdão e da misericórdia de Deus.
Assim a atividade secular se torna “parábola” de como se constrói o Reino de Deus e se forma e envia à comunidade de discípulos missionários para a salvação do mundo. A partir disso, todos são formandos e formadores numa relação mútua.

Para captar o positivo da secularização, se faz necessário “reordenar” as categorias do “religioso e secular”, do “sagrado e do profano”. Assim se clarifica a vocação profética da Vida Religiosa como “testemunhas de tempos novos”. Na revelação bíblica não há profanidade, mas é a liberdade humana rebelde à criação divina, que se coloca em oposição a ela.

O que distingue a vida religiosa da laical não é o caráter “sagrado”, mas o caráter da relação. A relação é consigo, com outro, com Deus, com o mistério. É importante considerar que, a profanação do sagrado pode dar-se tanto no âmbito do religioso (pecado de simonia) como no secular.

A teóloga desafiou a assembleia a repensar suas categorias de sagrado, pois se pode correr o risco de julgar o outro pela aparência, sem conhecê-lo através da relação, isso exige uma postura de aprendizagem com o outro.

Bucker finalizou dizendo que vocação cristã de estar no mundo e não ser do mundo segue sendo uma exigência do Evangelho. É uma vocação para viver o penúltimo com referência ao último e não para considerar o secular como alheio ao religioso, porque a sacralidade humana vivida pela obediência à ação sagrada de Deus abraça o secular e religioso, o penúltimo e o último.

O futuro da Vida Religiosa não vem do Direito, mas do Evangelho. “Todas/os nós, religiosos/as do mundo, deveríamos ter muito claro que o nosso futuro vai estar na sensibilidade concreta e efetiva que nós tenhamos pela dor e a humilhação dos mais infelizes desta Terra”, conclui citando o teólogo José Castillo.










domingo, 26 de fevereiro de 2012

E o Seminário continua…

by on 10:39


A busca de maior leveza e agilidade nas instituições foi o tema de destaque no Seminário Nacional sobre a Vida Consagrada, na manhã de sábado, 25.

O tema foi abordado pelo Irmão Afonso Murad, marista, da Equipe de Reflexão Teológica da CRB, que iniciou a sua exposição com a exibição de um vídeo sobre a história de superação de Diego, um menino cego que escreveu em braille, uma redação sobre as cores das flores, com sua máquina de escrever.

Iluminado por essa história, Irmão Murad apresentou alguns meios para diminuir o peso das Instituições que, segundo ele, encontram-se engessadas. “A vida adulta inclui os dois lados: a leveza e a carga, desafios que devemos assumir.

O problema é quando isso fica desequilibrado e o peso é maior”, explicou ao apontar a necessidade de eliminar pesos inúteis, mas também “aprender a lidar com aqueles pesos que ainda não convém abandonar e acolher as cargas que fazem parte da existência pessoal e comunitária”, destacou.

Para avaliar pesos inúteis, o assessor propôs textos bíblicos lembrando que “Cristo nos libertou para que sejamos verdadeiramente livres”. Nesse processo, segundo Murad, é importante enfrentar os desafios juntos. Existem cruzes na vida do povo que precisam ser tiradas, mas “sempre que entramos em processos de mudanças temos resistências”, alertou para, em seguida apresentar uma lista de pesos institucionais: “máquina burocrática com muitas estruturas; concentração do poder que afeta as relações interpessoais; excesso de obras e poucas pessoas; atitudes de negativismo, pessimismo; envelhecimento e perda de energia”.

Leveza e agilidade nas estruturas de governo que inclui uma revisão na quantidade e qualidade das reuniões, descentralizar as decisões e responsabilidade, abrir as instituições para a participação dos leigos e profissionais e aprender com congregações que já fizeram as mudanças, são, segundo Irmão Murad algumas das soluções.

Historicamente, com a expansão das obras criaram-se divisões jurídicas em Províncias ou Regiões. “Hoje, com a diminuição de pessoal é preciso enfrentar a redução também das Províncias e rever a prática de comunicação para manter vivo o carisma e a unidade”, explicou ao destacar a importância de se fazer uma gestão dinâmica e mais profissional das instituições.

Sobre a concentração de poder que traz cansaço, desmotivação e repetição, Murad afirmou que isso faz mal tanto para quem manda quanto para os que (des)obedecem além de afetar a vitalidade do carisma. “É necessário investir em novas lideranças. Há casos difíceis de solucionar, reis e rainhas que não soltam a coroa”.

Por fim, falou do envelhecimento e da doença na Vida Congada ressaltando a necessidade de cuidar com carinho dessas pessoas. “Precisamos compreender que ninguém é obrigado a ser leve, mas temos uma oportunidade de melhorar a nossa forma de viver com mudança e conversão para ser mais feliz e alegre. A insegurança gera dureza, a liberdade interior gera leveza e itinerância”, concluiu.














sábado, 25 de fevereiro de 2012

Em entrevista Dom Jaime Spengler fala sobre a Vida Religiosa Consagrada

by on 10:58


Dom Jaime Spengler, bispo auxiliar de Porto Alegre e membro da Comissão para os Ministérios Ordenados e Vida Consagrada fala sobre o seu trabalho na Comissão e reflete questões pertinentes à Vida Religiosa Consagrada, no Seminário promovido pela CRB em Itaici, SP. O evento conta com a presença de mais de 400 representantes de Congregações Religiosas no Brasil.


Especificamente, como é ser o Bispo referencial para a Vida Religiosa no Brasil?
Como Bispo auxiliar a um ano, quando me foi feita a proposta de fazer parte dessa comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada foi uma grande surpresa, uma primeira surpresa. A segunda surpresa foi quando Dom Pedro Brito sugeriu que dentro da comissão eu fosse o referencial para a Vida Consagrada.

O fato de ser religioso e conhecer um pouco do próprio da Vida Religiosa me acresce na missão que assumo, no sentido de não perder, digamos assim, relações com o meio de onde sai. Ao mesmo tempo diz também de uma, talvez, facilidade de poder transitar no meio dos religiosos, entender as aspirações, preocupações, alegrias, as tristezas; enfim, aquilo que é o próprio da vida cotidiana nossa. Esses elementos contribuem nesse trabalho como referencial entre os religiosos, a comissão, e consequentemente a CNBB.

De acordo com a proposta desse Seminário, como você avalia esse fenômeno de “perda da essência da vida religiosa consagrada”.
Essa complexidade aparece na própria questão: “perda da essência da vida religiosa consagrada”. O que se quer dizer com a expressão ‘perda da essência’? Será que a VR perdeu sua essência? Não seria antes nós que sentimos dificuldade de perceber em que consiste tal essência? A Vida Religiosa Consagrada está inserida no mundo, participa dessa vida; de alguma forma reflete aquilo que o mundo vive; e ela, sem dúvida, se sente tentada e provocada por aquilo que o mundo oferece.

Não podemos perder de vista que o religioso é convidado a estar no mundo sem ser do mundo. A VRC é sinal de contradição. De um lado temos a proposta do evangelho e o testemunho que os religiosos dão para o mundo. De outro lado temos o mundo com suas con-vocações e apelos. Isso sem duvida traz preocupações, porque a complexidade do mundo nos envolve de tal forma que podemos perder a referência que é o evangelho. O evangelho é a referencia fundamental, fundante, da vida religiosa.

Não se pode perder de vista isso. Nós falamos tanto em pós modernidade mas no fundo não sabemos bem o que isso representa. Um dado podemos ressaltar: na pós modernidade tudo aquilo que se tem como certeza, referência, valores, tudo isso de alguma forma parece ter entrado em ebulição e diante disso, nos sentimos sem chão. Talvez a crise da vida religiosa seja fruto dessa realidade em ebulição. Eu gosto de recordar uma frase de Nietzsche onde ele se pergunta: ‘o que aconteceu com a nossa jovialidade?’.

Nesse contexto e diante desse seminário, podemos ter como pano de fundo da discussão esse elemento: O que aconteceu com nossa jovialidade, nossa alegria? Essa alegria que só pode ser fruto do encontro com o Crucificado-Ressuscitado? Afinal, a VRC tem como referencia única o “encontro” com o Senhor; e essa possibilidade de encontro com Ele, é sempre graça, mas também pressupõe a busca de cada um, o empenho, a decisão, o querer. É importante, diante disso, recordar duas expressões do evangelho.

A primeira é que não fomos nós que escolhemos, ‘não fostes vós que me escolheste, fui vós que vos escolhi’. Isso diz de uma predileção, de um amor particular, de uma escolha particular. Por outro lado o evangelho nos apresenta o bendito Se. ‘Se alguém quiser’! Nesse Se dizemos tudo, nesse ‘se’ se joga tudo. Diz-se de um querer firme, de uma decisão, de uma cissão que cria uma realidade de um antes e de um depois.

Porque a proposta do evangelho não permite ambigüidades! Quando o evangelho diz: ‘vai e vende tudo’, ‘tome sua cruz’, tudo é tudo. Ao assumir a cruz não assumimos apenas uma dimensão, mas todos os seus aspectos. Essa é a radicalidade do evangelho que nos incomoda de um lado, e de outro nos assusta.


A partir desse pressuposto de uma escolha clara e firme, que caminho a vida religiosa pode percorrer para trabalhar com os vocacionados? O que seria essencial no discernimento vocacional?
Existe essa preocupação com as vocações para Vida Religiosa. A realidade das vocações não é um problema, pode ser uma questão, mas não é problema. Por que problema tu procuras resolver, a questão ela te incita, ela te leva a questionar, a buscar, a tentar esclarecer, não necessariamente querendo encontrar respostas.

Essa é a dinâmica da questão. Eu tenho impressão que a questão das vocações tem algo a ver com o nosso olhar, com o nosso rosto. Como religiosos em meio a essa juventude que às vezes criticamos, mas que tem aspectos tão bonitos, nós não deveríamos ter medo ou vergonha de dizer que gostamos do que somos e de que gostamos do que fazemos.

Isso aparece no olhar, no rosto, não precisamos dizer; isso é visível, perceptível e ai vem a questão do testemunho. E, diante disso, podemos recordar o que está nas diretrizes para a evangelização da Igreja no Brasil, uma citação do Paulo VI que ‘o homem de hoje ouve com muito mais atenção os testemunhos que os mestres; e, se ouve os mestres é porque são testemunhas’!


Quais são as áreas de atuação que se apresentam como um grande desafio para a vida religiosa hoje.
As áreas de fratura social. Onde a vida humana é aviltada, não é respeitada, onde ela é violentada esses são os espaços privilegiados para a Vida Religiosa. A drogadição que está consumindo o melhor que temos, a juventude, ou seja, melhor de um povo, deve ser uma proposta de trabalho para a VCR.

Uma segunda realidade é a do tráfico humano e ai envolve a questão da prostituição e transplante de órgãos. Ainda podemos citar a questão dos sem terra, os índios que atualmente muito se fala e pouco se faz. As favelas, palafitas, as comunidade pelo interior abandonadas, largadas, esquecidas são realidades que dizem, que clamam que pedem uma presença da vida religiosa.

Se no passado houve muita preocupação com a saúde e com a educação, pergunto se hoje isso continua respondendo aos anseios do povo. Até porque o estado é responsável, assumiu pra si a tarefa da educação e saúde e de alguma forma, parece que isso não o elemento de maior prioridade. Saber ler a exigência do momento histórico é um desafio.

Que palavra o Senhor poderia oferecer para a VRC hoje?
Eu não tenho dúvida de que os religiosos escolheram a melhor parte. Recordaria aquilo que Jesus fala no evangelho ‘não tenha medo pequenino rebanho, não tenha medo’. Eu creio que Vida Religiosa Consagrada sempre vai ter força enquanto mantiver a humildade e a simplicidade. Nós somos pequeno rebanho, o grão de mostarda, o sal presente na massa, discreto, mas eficaz, confiante.

A palavra que poderíamos oferecer hoje seria recordar esse carinho e ternura que Jesus Cristo tem com os seus: ‘não tenham medo pequenino rebanho eu estarei convosco todos os dias, até o fim dos tempos’ e São Paulo também nos ilumina: ‘nós sabemos onde colocamos nossa esperança’ e a esperança não decepciona.

Leveza e agilidade nas instituições religiosas

by on 10:45


Durante o Seminário de Vida Religiosa que acontece no Centro de Espiritualidade Inaciana em Indaiatuba (SP) a 90 quilômetros da capital, de 23 a 27 de fevereiro de 2012, na noite de sexta-feira (24), os 405 participantes organizados em nove grupos discutiram em oficinas boas práticas sobre a busca por maior leveza e agilidade institucional.

Os temas das oficinas partem de casos que vêm dando certo, desde reuniões menos chatas e mais produtivas, vida religiosa jovem e a leveza institucional, a diálogo sobre um caminho de sustentabilidade de institutos religiosos, missão itinerante e reestruturação de institutos religiosos.

Na noite deste sábado (25), os grupos voltam a se encontrarem, revezando-se nas oficinas para continuarem as discussões a partir das mesmas temáticas oferecidas na noite de sexta-feira (24).









sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Alegrias e inquietações na Vida Religiosa Consagrada é tema de discussão em Seminário da CRB em ITAICI

by on 08:52




Reunida no Centro de Espiritualidade Inaciana – Itaici em Indaiatuba (SP), a Vida Religiosa Consagrada discutiu na tarde quinta (23), as alegrias e inquietações vividas pela Vida Religiosa Consagrada (VRC) a partir de pesquisa realizada com religiosos e religiosas de todo o Brasil.
A pesquisa foi disponibilizada no site da CRB Nacional (Conferência dos Religiosos do Brasil) nos meses de agosto a novembro de 2011, com duas perguntas: Quais são as alegrias e inquietações da VRC. Pessoas de 23 a 92 anos responderam as questões.

A leitura e análises das respostas foram realizadas pelas equipes de reflexão: bíblica, teológica, psicológica e missionária que assessoram a CRB Nacional. A partir da análise foram levantadas as seguintes questões:

A equipe de reflexão psicológica partiu do tripé que dá identidade da VRC: missão, vida comunitária e consagração. Segundo a equipe, a partir das respostas percebeu-se a coragem de olhar para a realidade, “botar o dedo na ferida”, olhar e assumir: “Esta é anossa realidade, temos coisas bonitas e boas, mas também temos dores, feridas, problemas”. Destacou-se como elemento positivo o aumento da partilha e ajuda entre as diferentes congregações religiosas.
A equipe de reflexão missionária destacou a aproximação solidária dos diferentes carismas das congregações religiosas que permite compreender melhor a realidade em que a VRC deve atuar e o caminho a seguir na missão.

A missão é a alegria para quem vive a VRC, contudo há uma diferença nas respostas dadas entre religiosos e religiosas, segundo a equipe, percebeu-se por parte da VCR masculina, nas respostas oferecidas, que há uma tendência ao clericalismo.
A equipe de reflexão bíblica ressaltou que mediante a pesquisa, a alegria da vrc reside na atuação missionária. Embora a missão seja motivo que alegra os consagrados, também é motivo de preocupação e reflexão.

Segundo eles, a pesquisa revela que o maior desafio da VRC está na identidade, no SER religioso consagrado. Por essa razão é necessário resgatar a possível perda de foco no que é essencial a essa opção. Cabe também à VRC, o questionamento sobre o “chamado”, o convite de estar com ele e a disposição de “ser enviado”.

A Equipe teológica ressaltou que na pesquisa é preciso distinguir as preocupações especificas da Instituição “Vida Religiosa”, daquela que diz respeito á sua missão no mundo, à sua razão de ser: seguir a Jesus e evangelizar.

Na manhã desta sexta (24), o seminário terá como tema de debate a “Conversão ao núcleo identitário da Vida Religiosa Consagrada e terá como assessor, o vice-presidente da CRB Nacional, Padre Carlos Palácio, sj e “A vivência ‘hoje’ do núcleo identitário da Vida Religiosa Consagrada assessorado por Irma Annette Havenne.







quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

CRB Nacional realiza em Itaici-SP Seminário sobre Vida Religiosa Consagrada

by on 08:39


Estou em Itaci-SP, cheguei nesta quarta-feira de cinzas onde participo do Seminário sobre a Vida Religiosa Consagrada. Sou membro e presidente do Conselho de Superiores e nestes dias de encontro além do seminário, vamos nos reunir para uma avaliação da caminhada da diretoria nacional a ser apresentado na Assembléia.

O Seminário, que deve reunir 400 religiosos de todo o Brasil, tem a finalidade de redescobrir o sentido profundo da Vida Religiosa Consagrada, revitalizando a paixão por Jesus e seu Reino, mediante a escuta da Palavra de Deus, a oração encarnada, a contemplação sábia da realidade, compromisso discipular e missionário, a convivência como irmãos e irmãs e comunhão com toda a criação.

Este Seminário que acontece de 23 a 27 de fevereiro, visa ainda buscar maior leveza e agilidade institucional para a vida religiosa, ampliando as fronteiras congregacionais por meio do trabalho conjunto entre as diversas ordens e congregações, da partilha do carisma com outras pessoas e grupos de redes e parcerias.

“Vida Religiosa Consagrada – a loucura que Deus escolheu para confundir o mundo (Cf 1Cor1, 18-25)” é um dos temas de abertura do evento, que terá como assessora Irmã Delir Brunelli, que pertence a Equipe de Reflexão Teológica da CRB Nacional. Dom Jaime Spengler, bispo referencial para a Vida Consagrada e membro da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada, da CNBB, presidirá a Eucaristia do primeiro dia do evento, às 18h.

Convido você a rezar por este momento de caminhada da CRB no Brasil, nos acompanhando através deste blog com as principais notícias do encontro.












quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Dom Carlos preside posse de Frei Rodrigo em Capanema

by on 09:56




Em uma solene celebração presidida por Dom Carlos Verzelletti, bispo de Castanhal no dia 12 de fevereiro, às 19h, frei Rodrigo foi empossado como Pároco de Capanema da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. A igreja estava bastante de cheia e contou com a presença das principais lideranças da paróquia e de representantes das várias comunidades da área urbana e rural. Após a celebração frei Rodrigo foi saudado por todos e um jantar foi oferecido ao bispo, padres presentes e os diáconos permanentes com suas esposas.

Uma semana antes de tomar posse ele já havia sido recebido pela a comunidade em uma celebração que contou com a presença de vários frades e pelo ex-pároco, frei Fábio que o apresentou como sendo o mais novo pároco. Também na oportunidade foram apresentados os novos frades da fraternidade e no final foi oferecido um coquetel todas as lideranças da paróquia.

Deus seja louvado! E vamos que vamos! Ele tem seus projetos para cada um de nós, cabe a nós ser apenas seus fiéis colaboradores.













terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Tempo de Recomeçar!

by on 11:26




“O Passado é lembrança; o futuro, esperança; o presente, presença. Todos os tempos se completam, tornando-se um único tempo, aquele que faz parte de nós. O tempo tudo abarca, ele flui, ele é.”

Vivemos dentro do tempo e não podemos existir fora dele. Presente, passado e futuro. Um estar intrinsecamente ligado no outro e são eles que nos acompanham e dão o ritmo a nossa vida. Somente Deus está além tempo. Para Ele não existem limites de tempo ou espaço. Deus é sempre presente e o verdadeiro "Senhor do Tempo".

Quando o ano termina e um novo ano começa, temos a sensação de zerarmos com o tempo que passou. Focando todas as nossas esperanças no novo tempo que se inicia. Tudo começa de novo. Um novo filho nasce. Um novo trabalho aparece. Uma nova cidade lhe abraça. Uma nova família começa. Uma nova idéia surge. Novos desafios aparecem... É o tempo dando continuidade à vida. É dentro do tempo que o homem encontra felicidade ou frustração.

Pensando sobre o tempo que passou, parece que foi ontem que iniciei o meu mandato de Ministro Provincial dos Frades Capuchinhos, mas agora percebo que seis anos se passaram e hoje me encontro diante de novos projetos e desafios: “O Tempo Presente” exigindo de mim novas tomadas de decisões em uma nova realidade da qual eu nem imaginava que um dia as teria. “Os meus pensamentos não são os teus pensamentos e os teus projetos não são os meus projetos” diz o Senhor. E “cá estou eu”, como dizem os portugueses para dar início há um novo tempo em minha vida e na vida da comunidade da Paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, na cidade de Capanema, no Pará. Estou aqui pela minha fé e por acreditar que este seja o projeto que Deus me confiou neste dado momento de minha vida.

Entre os anos de 2006 a 2011, estive à frente da Província Capuchinha Nossa Senhora do Carmo, como Ministro Provincial. E durante o meu mandato realizei muitas viagens a nível nacional e internacional. Cada viagem realizada tinha seus objetivos e, é claro não faltaram às preocupações inerentes a cada compromisso assumido durante estas viagens. Depois da eleição do meu sucessor tirei alguns dias de férias para estar ao lado de minha família que reside em Brasília-DF. E foi ao lado deles que recebi a notícia e o comunicado oficial que deveria assumir a Paróquia de Capanema. A partir daquele comunicado, passei a ter outras preocupações bem diferentes daquelas que me acompanharam durante os seis anos como provincial. Cheguei a me esquecer do presente e comecei a viver a ansiedade do futuro. E foi com muita expectativa que no dia 30 de janeiro, embarquei no aeroporto de Brasília para Belém e, de lá seguir de carro para o meu mais novo destino: a cidade de Capanema.

Olhava pela janela do avião e pensava no que me aguardava nesta nova comunidade. Enquanto as nuvens passavam tinha a impressão de que meus pensamentos também voavam no mesmo ritmo delas me levando ao encontro do meu novo destino antecipadamente antes mesmo do meu corpo físico aterrissar em solo firme. Pensava no que iria encontrar no que iria dizer e o que iria fazer. O que Deus havia reservado para mim naquela cidade? Se o povo de Deus iria me aceitar. E de que maneira servir este povo a mim confiado? Estas e muitas outras perguntas divagavam e me acompanharam durante todo o percurso.

Todo começo tem suas surpresas e comigo não foi diferente. Tinha combinado com o meu antecessor na paróquia que ele me esperasse no aeroporto de Belém e de carro seguiríamos a Capanema. Cheguei às 11h15min e qual foi a minha primeira supressa: O frei que deveria estar a minha espera, não estava. Imaginei: meu Deus! acho que Tu tens muitas surpresas para mim. Passei a pensar no que iria fazer, já que não o encontrei no saguão do aeroporto, mas passados cinco minutos, ele enfim, apareceu e o meu coração se acalmou. Nesses cinco minutos de espera fiz uma pequena oração: Senhor, que tudo seja feito conforme a tua vontade. Depois do abraço e de um café rápido, iniciamos a nossa viagem para Capanema. Foram quase duas horas de viagem e durante todo o percurso conversamos sobre a paróquia e seus desafios. Confesso que alguns assuntos me preocuparam, mas a grande maioria deles me deixou bastante animado e esperançoso. E assim cheguei no dia 30 de janeiro, às duas horas da tarde para dar início a uma nova etapa da minha vida na cidade de Capanema, no Estado do Pará.

É tempo de recomeçar! Duas semanas se passaram desde que cheguei a esta cidade. Durantes estes dias tive a oportunidade de me reunir com vários grupos e movimentos para me inteirar da realidade de cada um. Os medos e as incertezas de outrora deram lugar à esperança. Graças a Deus, venho sentindo por parte dos paroquianos muito carinhos e atenção. Sinto-me bem acolhido. Acho que posso dizer: Estou em casa! É tempo de recomeçar! E aqui estou Senhor, com minhas fragilidades e defeitos, mas confiante na tua proteção. Que tudo seja feito conforme a Sua vontade. Amém! Aleluia!
























Celebração de 30 anos de Sacerdócio

Dona Gentileza

Posse de Frei Rodrigo na Cohab - 25/02/2018

Fachada do CCSF

Corpus Christi 2017

CANTOS FRANCISCANOS

Homenagem 30 anos de Sacerdócio

25 anos de Sacerdócio de Frei Rodrigo

25 anos de Sacerdócio em Imperatriz

Conheça Capanema

A cidade de Capanema está distante 160 km de Belém pela rodovia BR 316. Saiba mais

Aniversário 16 de maio de 2013

Seja um Católico praticante! Exerça a sua fé! Ame a sua Igreja!

Bem Vindos à sua casa

25 anos de sacerdócio de Frei Rodrigo

Jerusalém

Frei Rodrigo em visita à Gruta de São Jerônimo

Festa de Corpus Christi

História da Paróquia

Paróquia

Paróquia Nossa S. do Perpétuo Socorro

A Primeira Missa foi celebrada, no então povoado de Capanema, na noite de Natal (24-25 de Dezembro) de 1912.
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